The Magus
Francis Barrett
Título em português: O Mago, ou O Intérprete Celestial
Data de publicação: 1801
Autor: Francis Barrett
Origem: Inglaterra
Categoria: Magia cerimonial, alquimia, astrologia, cabala cristã, evocação angélica
Descrição
The Magus é uma das mais importantes compilações de ocultismo do século XIX, escrita e organizada por Francis Barrett, ocultista inglês e figura central no ressurgimento do interesse pela magia cerimonial na era romântica. Publicado originalmente em 1801, o livro é uma tentativa de sistematizar e tornar acessível ao público britânico o vasto conhecimento da magia renascentista europeia, especialmente os ensinamentos de Heinrich Cornelius Agrippa, Paracelso, Pietro d’Abano, Pseudo-Solomon, entre outros.
Trata-se de uma obra compilatória, mas com reorganização original do conteúdo, reunindo temas clássicos do esoterismo ocidental com um viés cristão e filosófico.
Conteúdo e Estrutura
The Magus está dividido em três partes principais:
1. Parte I – Filosofia Natural e Oculta:
• Fundamentos da magia natural
• Simpatias e antipatias
• Correspondências planetárias
• Propriedades ocultas das pedras, plantas e animais
• Noções de alquimia
2. Parte II – Magia Celestial:
• Astrologia judiciária e eletiva
• Análise das influências planetárias
• Diagramas astrológicos e conselhos para rituais conforme os céus
• Técnicas de evocação de espíritos celestes com base em horários planetários
3. Parte III – Magia Cerimonial e Cabala:
• Evocação de espíritos
• Nomes divinos e selos mágicos
• A Arte de Atrair Espíritos ao Cristal (The Art of Drawing Spirits into Crystals)
• Textos cabalísticos adaptados da tradição cristã e judaica
Além disso, o livro é ilustrado com diagramas, selos, símbolos astrológicos e talismãs, sendo uma das fontes visuais mais importantes para os ocultistas da era vitoriana.
Personagens Relacionados
• Francis Barrett (séc. XIX):
Autor e organizador da obra. Sua motivação era reviver a “ciência divina” da magia renascentista, inspirando novos estudantes no Reino Unido. É uma figura-chave na transição entre o ocultismo clássico e o renascimento esotérico moderno.
• Cornelius Agrippa (1486–1535):
A principal fonte de conteúdo do livro. Barrett baseia boa parte de sua obra nos Três Livros de Filosofia Oculta, adaptando-os e organizando-os para um público contemporâneo.
• Johannes Trithemius (1462–1516):
Influência indireta. O sistema de inteligências celestes, horários planetários e comunicação com anjos em The Magus remonta aos ensinamentos de Trithemius, especialmente sua obra Steganographia.
• Frederick Hockley (1809–1885):
Posteriormente, como copista e praticante, Hockley utilizou materiais de The Magus, especialmente o ritual da evocação em cristal, integrando-os à tradição da SRIA e influenciando a Golden Dawn.
Importância Histórica
The Magus marca a transição entre o ocultismo renascentista e o esoterismo moderno. É considerado o primeiro grimório da era moderna, precursor direto das tradições da Societas Rosicruciana in Anglia (SRIA) e da Hermetic Order of the Golden Dawn. Ao tornar acessível o conteúdo de Agrippa e outros autores latinos, Barrett ajudou a estabelecer a base teórica e prática para centenas de ocultistas, magistas e alquimistas do século XIX e XX.
Sua ênfase em astrologia, cabala e magia cerimonial influenciou profundamente autores como Eliphas Levi, MacGregor Mathers, Aleister Crowley e os rituais da Thelema.
Disponibilidade
• Impressa:
Publicado originalmente em Londres, 1801. Versões fac-símile e edições modernas estão disponíveis em diversas editoras esotéricas.
• Digital:
O texto integral pode ser encontrado em bibliotecas online de domínio público (como Internet Archive e Sacred Texts), bem como em plataformas de estudo de grimórios clássicos.
Classificação
• Tradição: Magia cristã filosófica e cerimonial
• Natureza da obra: Compêndio esotérico, grimório renascentista reorganizado
• Práticas abordadas: Evocação, astrologia eletiva, alquimia, cabala prática, talismãs
• Influências: Agrippa, Trithemius, Paracelso, grimórios salomônicos
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