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O manuscrito "Kitab Shawq al-Mustaham fi Ma‘irfat Rumuz al-Aqlam" é uma obra notável atribuída a Ibn Wahshiyya, figura do início do século X em Bagdá. Ibn Wahshiyya, que alegava ser de origem caldeia (ou nabateana), era conhecido por suas traduções de vários livros do "Antigo Babilônico" para o árabe. Esses textos abordavam temas relacionados às Ciências Ocultas, incluindo magia, alquimia e astrologia.
O manuscrito é organizado em torno de uma lista extensa de 93 alfabetos mágicos, cada um com sua interpretação e equivalência em letras árabes. Muitos desses alfabetos são puramente inventados, enquanto outros têm paralelos em sistemas de escrita reais, como o alfabeto grego, siríaco, hebraico e árabe kufic, entre outros. No entanto, o ponto culminante do manuscrito é sua abordagem aos hieróglifos egípcios e à antiga prática sacerdotal egípcia.
Um capítulo importante trata dos chamados "alfabetos herméticos", apresentando várias listas de hieróglifos egípcios e pseudo-hieróglifos, juntamente com seu eventual significado. Este capítulo também inclui um excerto notável sobre as classes de sacerdotes egípcios e suas práticas. Ibn Wahshiyya descreve esses alfabetos como símbolos, seguindo a visão tradicional desde o final da Antiguidade.
Outra passagem importante é um apêndice dedicado ao alfabeto "shīshīm", tratado como um sistema alfabético distinto. Ele inclui uma lista interessante de 34 hieróglifos e suas correspondências em letras árabes. Embora Ibn Wahshiyya tenha sido elogiado por entender que os hieróglifos têm valor fonético, sua interpretação desses símbolos é considerada duvidosa, uma vez que não está claro se ele compreendia completamente o princípio subjacente de rebus e a relação entre os hieróglifos e a língua egípcia.
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